Quatro dilemas para a TV Brasil

NOTA: Essa matéria foi finalizada antes da aprovação da MP 397 (que institui a TV Brasil) pelo Senado na madrugada de 12 de março.

Nas próximas páginas, uma extensa reportagem de Felipe Insunza busca entender o que é a TV Brasil, criada pelo governo Lula e que já pode ser sintonizada em alguns estados. Em março, o Congresso pode legitimar ou não a MP que deu início às atividades da nova TV. Fruto de muita pesquisa, o material a seguir está amparado na série de polêmicas e contratempos ocorridos desde os primeiros passos dados rumo à criação da emissora. Ao longo da matéria, o leitor é convidado a pensar, afinal, por que e para que foi criada a TV Brasil.

por FELIPE INSUNZA

Estreou a TV Brasil. No dia 2 de dezembro de 2007, o canal teve sua programação acessível aos estados do Rio de Janeiro e do Maranhão, ao Distrito Federal e também a usuários da HDTV em São Paulo ("coincidentemente" a tecnologia da TV digital foi inaugurada no mesmo dia). Mas seu pleno funcionamento – em termos de grade e abrangência territorial – ainda depende da aprovação dos congressistas, que votarão ainda em março a validade (ou não) da medida provisória que prevê a TV Brasil como um canal público em rede nacional.

A nova TV está no ar de segunda a segunda, por 20 horas diárias (demarcadas pela execução do Hino Nacional), com programação própria e contratada.

Contando de partida com cerca de 2 mil funcionários oriundos da Radiobrás e da ACERP, entidades precursoras da TV Brasil, e mais alguns empregados não-concursados que devem ser admitidos até 2010, o novo canal já é apelidado pela oposição de "TV do Cabidão".

O inchaço de pessoal, recorrente no governo Lula, é apenas um dos aspectos polêmicos de sua criação e realidade. São pelo menos quatro os dilemas que balizam o debate entre governo, oposição e sociedade civil organizada.

[#1: Pública, estatal ou governamental? >>]

[QUADRO: Contexto - Por que criar uma TV Pública?]

[QUADRO: A herança da TV Brasil: o início de tudo]