quarta-feira, 12 de março de 2008

Tomie na FEA

UMA OBRA DE ARTE
NA ENTRADA DA FEA

Os bastidores da construção do monumento à FEA idealizado pela artista plástica Tomie Ohtake

POR YURI BIALOSKORSKI

Surgiram muitos boatos referindo-se ao monumento que será construido na FEA. Alguns acreditavam que ele seria construído no prédio FEA-1, na frente do CAVC. Houve quem dissesse que seria uma estátua de 5 metros do diretor da Faculdade, o professor Carlos Roberto Azzoni.

Na realidade, durante a comemoração dos 60 anos da FEA, que ocorreu em 2006, surgiu a idéia de se construir uma obra de arte na faculdade, tanto para ser um marco dessa data, quanto para "esquentar" a faculdade, que é fria, não possui artefatos com os quais as pessoas se identifiquem e levem consigo na memória.

Após a curadoria feita na época, um dos membros, Celso Grisi (do departamento de Administração) indicou que o monumento fosse feito pela renomada artista plástica Tomie Ohtake, que foi procurada e acabou por doar o projeto da escultura para a faculdade.

Na época, o projeto foi cotado e estimado em 247,7 mil reais, mas acabou não sendo posto em prática. Devido à quantidade de eventos que a FEA se propôs a realizar em 2006, o monumento acabou ficando somente no papel. Foi somente em meados de 2007 que o projeto começou a ganhar vida.

Organizou-se uma campanha abrangendo toda a comunidade feana, para que fizessem doações para o projeto, até porque se a obra fosse inteiramente doada por empresas, seria ilegítima, seria um presente... Já com as doações dos Feanos, ela se transforma mesmo em um laço (a forma do monumento lembra muito um laço) entre os alunos, ex-alunos e professores e a FEA.

A campanha foi um sucesso. Arrecadou-se mais do que o esperado, totalizando cerca de R$ 185 mil, além dos R$ 247,7 mil que foram doados pela Credit Suisse (R$ 212,7 mil) e pela Osram (R$ 35 mil) por meio da Lei Rouanet de incentivo fiscal. Esse valor extra de R$ 185 mil será destinado aos custos extras da obra - como iluminação, fundação e também o custo dos esforços para a arrecadação de doações, estimado em 18 mil reais, - e à cobertura dos reajustes de preços dos materiais utilizados, que haviam sido avaliados há mais de dois anos. Se ainda assim sobrar mais algum dinheiro, ele será empregado na reforma da biblioteca da FEA.

Devido a esses fatores que encareceram a obra além do valor esperado, foi realizado uma ampla pesquisa de preços em várias empresas fornecedoras dos principais materiais da obra. Até a própria artista envolveu-se nesse processo, o que não é usual, concedendo outros projetos privados para a empresa com o melhor custo, o que ajudou a tornar a obra viável. Após esse processo as empresas que providenciarão os materiais serão:

Aço Inox: ACESITA
Iluminação: OSRAM
Tinta: BASF (Suvinil).

Além do significado artístico da obra, o qual a própria artista nao deu nenhuma pista, ela possui um alto simbolismo mais concreto tanto para a FEA quanto para USP no geral. A principal inovação foi no método de captação de recursos, que, diferentemente de como ocorre quase sempre na USP, de se pedir financiamento governamental, a obra obteve um financiamento diferenciado, que, ao mesmo tempo, servirá de modelo para outros projetos e deverá ser duramente atacado por diversos membros da comunidade USP.

O local que a obra ficaria seria na parte frontal da FEA, à esquerda da entrada principal (olhando para a entrada), mas devido à dificuldades tecnicas (há uma serie de canos que passam nessa área) ela será construída na parte direita, onde, apesar de estar um pouco menos englobada pela faculdade, será mais visível e mais iluminada.

Quanto aos aspectos mais concretos da obra, ela possuirá cerca de cinco metros de altura, e cinco de largura, terá a forma de um laço que da uma volta no ar com 3 pontos de sustentação que, se esticado, terá aproximadamente vinte e sete metros de comprimento, sendo de cor metálica de um dos lados e vermelha de outro. A obra também contará com um sofisticado sistema luminotécnico que faz com que a estrutura ganhe um característico conjunto de cores trabalhando com diferentes tons de vermelho, e com luz e sombra. Certamente uma obra dessas dimensoes e com tais características se tornará em um cartão postal da FEA, um importante marco para a faculdade.

Aqueles que doaram, inclusive os doadores juídicos, terão seu nome gravado, de acordo com o montante contribuído, em uma placa de metal bem a frente da escultura, de forma que não prejudique sua admiração.

A construção da obra já está em andamento, e se espera que ela leve cerca de 7 meses até sua conclusão.

[continua: Quem doou e quem não doou >>]

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