terça-feira, 11 de março de 2008

Ei, Garoto! Me dá um sorvete!

Quem vai ao Espírito Santo se surpreende com o lançamento da linha de sorvetes da Garoto

FELIPE INSUNZA
ECONOMIA. 3º ANO

Tem propaganda nos jornais, nas revistas, na televisão, até mesmo em orelhões. Foi a maior campanha publicitária da história da empresa, mas você talvez nunca tenha ouvido falar nos sorvetes da Garoto. Desde novembro, uma das maiores fabricantes de chocolate do país vende sua nova linha de picolés e sorvetes de cone no seu estado de origem, o Espírito Santo. Em fevereiro, a novidade chegou a Belo Horizonte, capital do vizinho Minas Gerais.

Além de dezenas de pontos de venda fixos, os novos produtos da companhia capixaba também podem ser comprados em carrinhos amarelos que circulam nas avenidas e calçadões das principais cidades de praia no Estado.

A entrada da marca nesse novo segmento foi marcada por uma festa com carreata e bloco de escola de samba numa praia de Vila Velha, sua cidade natal. A Garoto chega ao mercado com 10 diferentes opções para quem quer experimentar os produtos da marca. A maioria surge de adaptações de marcas consagradas de chocolates: Talento (tipo premium, em 3 sabores), Serenata de Amor (tipo cone), Opereta e Baton. Completam o catálogo os sorvetes de Limão, Uva e Cajá, todos a base de água, e o de Côco, a base de leite. Os preços sugeridos estão próximos aos praticados pelas duas maiores fabricantes do país, Kibon e Nestlé, que contam com uma linha muito mais extensa, variando de 35 a 45 sabores de sorvetes.

Um bom teste para o produto foi o lançamento restrito inicialmente ao Espírito Santo. Mesmo enfrentando problemas de abastecimento devido à alta demanda (sim, os picolés foram comparados a “cabeças de bacalhau”), os sorvetes foram bem avaliados
pela população local, que é sempre muito exigente quando se trata de sua marca mais querida.

Previsto para o verão de 2008, a chegada ao mercado nacional deverá agitar o setor de picolés, que, muito sazonal, concentra na estação até 70% de suas vendas anuais. A empresa, procurada pela reportagem d’O Arauto, não quis comentar sua estratégia de marketing, mas é provável que a pequena linha da Garoto seja incorporada à da Nestlé, acarretando inclusive a diminuição dos produtos genuínos devido à já existência de similares no portfólio da Sorvetes Nestlé (os de frutas, principalmente).

Não se sabe ao certo se essa estratégia da Chocolates Garoto faz parte de um plano maior para a empresa no setor de alimentos. É fato, entretanto, que o grupo soube aproveitar as semelhanças na produção de chocolates e de sorvetes, além de fortalecer a marca dos bombons mais tradicionais da empresa.

Conciliar chocolate e sorvete costuma dar certo. As experiências de sucesso da Arcor, na Argentina, e da Nestlé, no mundo todo, podem determinar o êxito dos Sorvetes Garoto em sua expansão pelo país.

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