Por ter um plantel concursado, a Radiobrás dificilmente sofrerá abalos em seu corpo administrativo. Além do mais, sua agência de notícias continuará funcionando tanto na web como na rádio. Já a ACERP sofre mais com a mudança de gestão na TVE, principalmente com os rumores internos surgidos após a demissão de executivas da TV: as renomadas Beth Carmona e Rosa Crescente, prontamente substituídas por uma nova diretoria nomeada pela EBC. Negando arbitrariedade nas demissões e citando as malfadadas tentativas de harmonização com a antiga diretoria, Tereza Crunivel foi sentenciosa: "Na medida em que a exploração do canal é da EBC por força da MP, o comando da Acerp deveria ter sido transmitido à EBC".
As dispensas, justificadas como medidas de caráter meramente estrutural e programático, podem muito bem ser encaradas pelo viés da incompatibilidade ideológica. Os rumores de censura correm pelas instalações da empresa, especialmente após o episódio em que o jornalista e professor de Comunicação da UFF, Felipe Pena, ouviu (no intervalo) da entrevistadora Lúcia Leme que moderasse nas críticas ao governo, durante as gravações do programa Espaço Público, da antiga TVE. Felipe, que é eleitor de Lula e debatedor constante do jornalístico, vinha ressaltando a promiscuidade da negociação governo-congresso quando da votação da CPMF. A discussão, que durou dois blocos, foi editada e não apareceu na versão exibida pela tv, embora fosse confirmada pelos demais entrevistados. Ocorrido no último dia de funcionamento da tv carioca (06/12/2007), o episódio foi minimizado por Tereza Cruvinel, que atribuiu o fato à difícil transição da empresa, o que poderia ter desencadeado "insegurança nas pessoas". A mesma, contudo, lançou: "Desafio que qualquer profissional da antiga TVE diga ter recebido qualquer recomendação de algum diretor da TV Brasil para evitar críticas ao governo".
quarta-feira, 12 de março de 2008
Demissões: ideologia é o critério?
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